Charles Bartholomew Bass Junior, Chuck Bass para as mulheres, foi criado no círculo social mais elitizado de Manhattan. Ele é filho de Bartholomew Bass, um ex-militar e investidor bem sucedido da indústria de armas. Ele mora com sua família no Plaza Hotel no Upper East Side, e é conhecido por usar paletós com suas iniciais. Preguiçoso e vaidoso, seus únicos interesses são dinheiro e sexo, respectivamente nessa ordem.
O pai de Chuck nunca foi presente o suficiente para falar da mãe de Chuck, dizendo as vezes que ela havia morrido no parto, outras que ela simplesmente tinha ido embora. Tudo que Chuck sabe é que, aos quatro anos de idade, um sujeito alto e efeminado que se chamava de "Broder O Artista" apareceu dizendo que tinha de educar esta criança pra pagar uma antiga e amaldiçoada dívida.
Broder educou Chuck no mundo da sedução, sem nunca contar detalhes além de dizer que "tenho uma dívida com sua mãe fria e fora-de-moda, que ainda vai trazer o apocalypse". E assim, Chuck cresceu conhecendo mulheres, dinheiro e uma vaga profecia sobre o fim do mundo e um ofídeo ou minotauro (ou seria ofiotauro?), que ele carinhosamente apelidou de OfiOtário.
Vivendo com Broder, ele desenvolveu o que podia: Manipulação, Carisma e Aparência. A grande lenda de Chuck não vem de combates ou de grandes missões, mas de esquemas de sedução de nível épico. Mas a vida boa ia acabar.
Em um belo dia de verão, Chuck estava no palacete de campo que ele havia comprado com dinheiro roubado do pai. Chuck estava tranqüilo, procurando na internet agências de acompanhantes de luxo para levar pra uma festa. Chuck sentia um frio estranho, desligou o ar-condicionado e voltou pro site da agência de modelos e pra sua garrafa de whisky escocês 20 anos. O frio continuava, e havia um silêncio estranho, mas Chuck estava ocupado demais vendo um site com novas acompanhantes brasileiras. Escurecia, o que Chuck achou estranho, pois ainda eram 4 da tarde, mas o site estava deveras interessante. Foi nesse momento que alguém bateu a porta do quarto. Resmungando, Chuck gritou "Vão embora, não vou jantar hoje. Estou ocupado". A resposta foi uma batida incrivelmente forte na porta. Revoltado, Chuck andou até a porta e abriu.
Chuck passou 5 segundos boquiaberto com o que viu do outro lado da porta, e teria passado mais. O que o tirou do transe foi que o zumbi de dois metros de altura do outro lado da porta urrou e avançou sobre ele.
Chuck precisou de toda sua coragem e velocidade pra esquivar dos braços fortes do zumbi, que tentava lhe aplicar um abraço de urso. Por puro instinto e sorte, Chuck deu um passo pra trás no exato momento do abraço do zumbi. Quando o zumbi deu um salto pra frente, Chuck rolou por baixo do zumbi gigante pra fora do quarto, e viu a sua empregada peituda particular importada da Suécia. Ela olhou de volta pra Chuck, e este percebeu um brilho estranho nos olhos dela, estando visivelmente possuída. A única coisa que Chuck conseguiu dizer foi "o elfo maldito nunca me preparou pra isso", e depois correu escada abaixo pensando em procurar os seguranças da mansão.
Havia uma névoa fria no ar que dificultava a visão, e Chuck rolou escada abaixo, caindo aos pés do que parecia ser a sua outra empregada sueca peituda. E os olhos dela tinham o mesmo brilho vermelho da outra empregada. Olhando ao redor, Chuck percebeu todos os 15 empregados da casa reunidos no hall de entrada. Todos com o mesmo brilho maligno no olhar.
Não houve tempo para pensar - o zumbi gigante estava no topo da escada, e havia visto Chuck.
Chuck tentou correr até a porta, mas os empregados lhe atacavam impedindo que ele chegasse lá. Enquanto isso, o zumbi gigante descia lentamente as escadas, como que apreciando o medo que Chuck sentia. Ao tentar correr para a cozinha, novamente Chuck foi impedido. Ele observou suas, opções, e percebeu que havia uma porta que os empregados evitavam - a porta do escritório, que estava entreaberta. Chuck correu desesperadamente para dentro do escritório.
O escritório estava vazio, Chuck fechou a porta e manteve os olhos grudados na porta. O lugar parecia mais frio que o resto da casa, mas não estava enevoado. Chuck sentia um medo completamente irracional de tirar os olhos da porta - algo dizia que a morte estava ali. Ele ouviu do outro lado da porta a mesma batida que ouvira no seu quarto, e viu que precisava procurar uma arma.
Ao virar de costas, ele viu sobre a mesa um elmo. O elmo tinha metade de um belo rosto feminino, e na outra metade um rosto de um cadáver em decomposição. Ao mesmo tempo que sabia que podia usar o elmo, Chuck precisava reunir toda sua força de vontade apenas para olhar para o lado deformado. Ele se aproximou, fechou os olhos, e vestiu o elmo de uma só vez. Ele ouviu atrás de si a porta ser derrubada, e virou-se para encarar a pequena multidão de empregados possuídos e o zumbi gigante ao centro.
Ao encarar os empregados, havia agora um desejo de matar em Chuck, e a confiança de que ele podia tomar o controle daquela situação. Ele ficou de frente e urrou "Quietos, recrutas!". Os empregados olharam para o elmo e se encolheram, lentamente caminhando para trás. Apenas o grande zumbi continuava determinado, e agora Chuck o reconhecia - era o segurança-chefe da família, mas muito transformado. Ele parecia estar em decomposição, mas ao contrário dos zumbis do filmes, ainda parecia ter um pouco de inteligência.
Chuck precisava de uma arma, mas a única que ele lembrava ter visto era uma foice dourada que o pai mantinha como enfeite em cima da porta do escritório, num lugar que ele normalmente não alcançaria. Mas agora a situação era diferente. Chuck correu em direção ao zumbi, e este saltou para frente na direção de Chuck. Apoiou um pé numa poltrona, o outro no ombro do zumbi e saltou em direção da porta. Com uma mão ele alcançou a foice, e com a outra se pendurou na porta, amortecendo a queda. Por puro instinto, Chuck arremessou a foice no zumbi, que havia caído no chão. O zumbi foi atingido no meio das costas, mas sequer ficou mais lento.
Chuck recuou para fora do escritório, e percebeu que os empregados lhe olhavam com medo. Instintivamente, olhou para o zumbi que se levantava e gritou uma palavra aparentemente sem sentido. De alguma forma, Chuck sabia que aquela palavra significava "retorne", e a foi voou de volta a sua mão. Chuck percebeu runas na foice, e instintivamente sabia que elas significavam "Ceifadora". A foice reluzia e parecia ser uma obra de arte, mas não era o suficiente para parar o grande zumbi que agora estava de pé e de frente para Chuck. Chuck respirou fundo e resolveu recuar, pois precisava de um plano. Deu as costas para o zumbi e desafiadoramente começou a caminhar.
Quando ouviu o zumbi avançando atrás de si, correu em direção as escadas. Ouvia os passos largos do cadáver faminto atrás de si, e quando percebeu que o zumbi ia dar o bote final, saltou para o lado e mudou a direção da corrida para a cozinha. O zumbi, que havia saltado para alcançar Chuck, não desviou a tempo e caiu de cara na escada.
Chuck entrou na cozinha e fechou a porta atrás de si. A cozinha era enorme, suficiente para abastecer um pequeno pelotão do exército. Chuck lembrou-se do armário embaixo de um balcão, onde certa vez havia se escondido para assustar a cozinheira-chefe irritante, e entrou no mesmo local.
O gigante derrubou a porta da cozinha como se não fosse nada, e estraçalhou tudo em seu caminho procurando Chuck. Chuck observava o zumbi de dentro do armário, e percebeu um ponto fraco - alguma das quedas havia deixado uma parte dos ossos da nuca do zumbi expostos. Era ali que Chuck precisava acertar. Chuck arremessou uma panela do outro lado da cozinha, fazendo o gigante virar de costas, respirou fundo e silenciosamente saiu do armário. Cada segundo parecia uma eternidade, mas enquanto mirava Chuck sentia a foice se assentando e se ajustando em sua mão. Quando percebeu que o gigante o percebera, fechou os olhos, expirou e arremessou a foice.
Ouviu o barulho do gigante derrubando as panelas, mas estava calmo. Ouviu um grande baque, inspirou e abriu os olhos. O zumbi estava morto no meio da cozinha, com a foice fundo na nuca.
Chuck coletou a foice e dirigiu-se para o Hall. Ao chegar lá viu uma mulher, cujo rosto combinava com seu elmo. A mulher olhava para ele com desdém. Chuck se limitou a dizer: "Olá, mamãe."
A mulher respondeu: "Sou Hel, soberana do submundo. E você é meu filho, escolhido para preparar o meu retorno ao mundo da superfície. Este foi seu teste, e você passou."
Chuck pensou em dizer algo, mas não havia o que dizer. Era tudo muito chocante.
A mulher continuou: "Sua missão começa em um acampamento para outros semideuses jovens. Mas lembre-se sempre que você não é como eles, você é um soberano. Coloque-os no seu lugar e sua missão virá até você. O elmo e a foice são suas heranças, mas não serão suficientes para manter você vivo."
A mulher então se dirigiu aos empregados, que estavam amontoados em um canto, tremendo de medo e de frio. Ela acariciou um deles, e o empregado virou um punhado de pó que ela coletou em uma algibeira. Fez o mesmo com todos os empregados. Após terminar, ela virou para Chuck e disse: "Tome esta algibeira e a mantenha sempre cheia de terra de cemitérios. Desta forma, nunca estará sem buchas-de-canhão."
Chuck pegou a algibeira e então percebeu que Hel viravá pó. Um vento gélido espalhou o pó pela casa, e Chuck viu que não estava mais escuro, frio ou enevoado. A casa estava semi-destruída, mas não havia sinais dos empregados ou o do zumbi/gigante/chefe da segurança, apenas Chuck, com seu elmo, a Ceifadora e sua algibeira.
A única coisa que Chuck podia pensar era: "Broder tem muitas explicações pra dar sobre o que aconteceu aqui esta tarde."
FIM
4 comentários:
muito legal o back! Minha sugestão: uma revisada no texto e uma melhor diagramação.
Parabéns Lucas.
Mermão, eu nem lembrava disso.
Tô com preguiça agora. Amanhã diagramo isso.
Agora entendo melhor quando Tibúrcio elogiava tua interpretação, Lucas. Chuck é um cara difícil de lidar, de personalidade muito forte, mas tu está mesmo dando um show em torná-lo real. Está extremamente coerente. Meus sinceros parabéns pela atuação e pela história.
Agora vejo como está gigante.
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